Coleção Carnaval

Explore a essência do Carnaval pernambucano.

Clique nas imagens para descobrir fragmentos vivos da nossa cultura.
Viaje pela história do nosso povo e celebre a festa que é pura arte e tradição.

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Banda de Frevo

O frevo de rua é exclusivamente instrumental, sem letra. É feito unicamente para dançar. Este estilo tem as modalidades de frevo-abafo (predominância de instrumentos de metal), frevo-coqueiro (com notas agudas) e frevo-ventania (semicolcheias).

O que mais chama a atenção na orquestra de frevo é que a maioria dos instrumentos é clássica (como tubas, trombones e trompetes) e a música é extremamente popular, tornando a musicalidade pernambucana ímpar sob este aspecto.

Frevo

Marca registrada do Carnaval pernambucano, o frevo nasceu no Recife. Musicalmente, originou-se do repertório das bandas militares na segunda metade do século XIX, misturando-se aos ritmos do maxixe, da modinha, da polca, do tango, da quadrilha e do pastoril.

Com o tempo, o frevo ganhou características próprias, sendo acompanhado por passos da capoeira e gerando alguns movimentos peculiares, como a tesoura, dobradiça, ferrolho, abanando e pernada.

A primeira referência ao ritmo foi feita em 9 de fevereiro de 1907, no jornal vespertino Jornal Pequeno, ao cobrir o ensaio do Carnaval no bairro do Hipódromo, durante o qual uma das músicas executadas se chamava O frevo.

O sombrinha colorida vem da antiga tradição em utilizar guarda-chuvas como escudos para defender o estandarte do bloco de grupos rivais. Nelson Ferreira e Capiba foram os dois maiores compositores do gênero, que, desde a década de 1930, pode ser classificado em frevo de rua, frevo de bloco e frevo-canção. Com mais de 120 passos catalogados, em 2012 o frevo foi declarado Patrimônio Imaterial da Humanidade pela Unesco.

Galo da Madrugada

Considerado o maior bloco de Carnaval do mundo pelo Guinness Book desde 1995, o Galo da Madrugada arrasta uma multidão formada por cerca de dois milhões de pessoas a cada sábado de Zé Pereira. Nas primeiras décadas de sua existência, a saída oficial do Galo era sempre às 5h da manhã. Contudo, nos últimos anos, por causa do grande público, o início da festa passou para as 10h, e ela se estende até o final da tarde.

O primeiro desfile aconteceu em 23 de janeiro de 1978, pelas ruas dos bairros de São José e Santo Antônio, centro do Recife. Atualmente, o boneco do Galo, com 35 metros de altura, fica sobre a Ponte Duarte Coelho, onde pode ser visto de vários pontos da capital pernambucana.

Além dos foliões nas ruas, o bloco também arrasta várias embarcações no Rio Capibaribe, e o ritmo predominante das freviocas e trios elétricos é o Frevo.

Blocos Líricos

Os blocos líricos, com desfiles mais lentos que outros tipos de agremiações, são levados pelo frevo de bloco, tocado pelas chamadas bandas de pau e corda: são violões, violinos, cavaquinho, banjos, bandolins, além de flautas e clarinetes, pandeiros e percussão leve. Os frevos são cantados por um grande coral e as letras são nostálgicas.

Tais agremiações permitiram que as mulheres participassem mais do Carnaval, já que não tinham acesso aos clubes de frevo, criados por corporações profissionais num tempo em que poucas mulheres trabalhavam fora de casa. Além disso, a música mais lenta dos blocos também abriu as portas do Carnaval de Pernambuco para as crianças.

Para provar a vitalidade do Carnaval pernambucano, várias agremiações surgiram nos últimos anos para resgatar o romantismo dos antigos blocos. Entre eles estão os seguintes: Bloco da Saudade, Bloco das Ilusões, Bloco das Flores e o Bloco Aurora do Amor.

Caboclinhos

Uma manifestação popular muito presente nos dias de Carnaval no Recife tem uma forte ligação com os indígenas, por meio da religiosidade presente, das danças, da música e vestimenta: os caboclinhos. O culto é a pajelança, religião dos antepassados, e o cacique (ou cacica, mãe da tribo), que fica no centro e é ladeado por dois cordões de caboclos e caboclas, é responsável pelas coreografias. O desfile ainda apresenta outros elementos: Pajé, Matruá (representando o feiticeiro), Capitão (chefe de uma das alas), Tenente (chefe da outra ala), Perós (crianças da tribo) e caboclos de baque.

Os movimentos dos componentes são rápidos e dinâmicos e bem característicos, como por exemplo: Guerra, Baião, Perré, Toré, Macumba, Aldeia, entre outros. Outro traço marcante dos caboclinhos é o vestuário, composto por saiotes e tangas (confeccionadas com penas, lantejoulas, espelhos, búzios, cordas e sementes), cocares, diademas, leques e atacas para pés e mãos. Geralmente, dançam descalços e utilizam o caracaxá ou maracá, o surdo, o atabaque e a inúbia (flauta ou gaita) para produzir a música.

Maracatu de Baque Virado

Os maracatus de baque virado encantam o Carnaval de Pernambuco ao evocar antigos cortejos de reis negros. Chefes de tribos africanas escravizados e trazidos para o Brasil reproduziam gestos da nobreza europeia para mostrar a sua força e seu poder. Viajantes do século XVIII já narravam os desfiles dessas cortes e as coroações de soberanos do Congo e de Angola no pátio da Igreja do Rosário dos Pretos, no Recife.

A palavra “maracatu” era usada, até o século XIX, para designar qualquer ajuntamento de negros. Pouco a pouco passou a ser empregada para os cortejos de reis africanos. Desde o começo, os desfiles traziam vários elementos, sobretudo religiosos, que se conservaram até hoje, como a calunga (boneca de cera que encarna os antepassados) e a grande umbela (espécie de chapéu de sol), que protege o rei e a rainha, ladeados pelos nobres e plebeus da corte. São mais de 150 pessoas: do ministro ao vassalo, da dama do paço ao escravo (que carrega a umbela), do brasabundo (espécie de guarda-costas) ao batuqueiro (músicos).

Papangus de Bezerros

No vocabulário popular, “papangu” é sinônimo de figura mascarada, alegre, travessa, que faz brincadeiras durante os dias de folia. Em Pernambuco, esses personagens são os protagonistas da tradição do Carnaval de Bezerros — cidade localizada no Agreste central, a 107 km do Recife — desde o final do século XIX. A origem do nome vem dessa época, quando mascarados saíam de casa em casa para comer angu, prato típico do Nordeste, e, espantando as crianças em suas brincadeiras, logo começaram a ser chamados de “papa-angu”. Hoje, milhares de papangus se reúnem nas ruas da cidade, durante o domingo de Carnaval, para festejar (e também manter viva a tradição de comer angu), vestindo túnicas longas e coloridas e luvas, além das máscaras, que também viraram símbolo e marca registrada do artesanato local.

Maracatu de Baque Solto

Também conhecido como maracatu rural, o maracatu de baque solto é a principal manifestação do Carnaval de Nazaré da Mata, cidade da Zona da Mata Norte pernambucana, distante 65 km do Recife. O maracatu mais antigo, fundado em 1898, é o Cambinda Brasileira, que se junta aos demais grupos toda segunda-feira de Carnaval no grande encontro que vai do Parque dos Lanceiros até a Praça da Catedral. O caboclo de lança é o personagem mais emblemático do folguedo, pois carrega um traje exuberante, composto por gola colorida em lantejoulas e lança enfeitada com fitas, além de exibir uma dança característica, regida pelo som de taróis e tambores. Outro ponto marcante é o fato de que os próprios caboclos, geralmente trabalhadores rurais da cana-de-açúcar, confeccionam seus trajes.

Caiporas de Pesqueira

O Carnaval de Pesqueira, município do Agreste pernambucano, tem como marca registrada uma figura do imaginário popular: o Caipora, personagem que, segundo a lenda, assustava os caçadores e seus cães mata adentro.

O que era aterrorizante virou divertimento quando foi criada, em 1962, a troça carnavalesca Os Caiporas, da qual participavam homens, mulheres e crianças. Vestidos com calça, paletó, gravata e máscara de estopa que cobre da cabeça à cintura, os "bichos" são conhecidos até hoje pela irreverência nos dias de Carnaval da cidade.

Bonecos de Olinda

A tradição dos bonecos gigantes de Olinda remonta à Europa da Idade Média, mais precisamente às religiões pagãs e à expressão de seus mitos. Os portugueses foram os responsáveis por incorporar os bonecos gigantes, reproduzindo santos católicos nas procissões e festividades religiosas.

Em 1931, o primeiro boneco gigante do Carnaval da cidade foi "O Homem da Meia-Noite", que surgiu da história popular de que um homem bonito e elegante costumava andar pela Rua do Bonsucesso, sempre à meia-noite, deixando as moças da rua à espreita das janelas, para vê-lo passar.

O mesmo percurso é feito pelo boneco toda sexta-feira de Carnaval e abre oficialmente a festa na cidade.
Outros também muito conhecidos são "A Mulher do Dia", surgida em 1937, e "O Menino da Tarde", de 1974.

Hoje existem mais de sessenta bonecos, entre cantores, personagens locais e universais, que, toda terça-feira de Carnaval, se encontram para um desfile pelo sítio histórico de Olinda, sempre acompanhados por uma orquestra de frevo. Em média, cada boneco possui 35 quilos e pode chegar a 3,9 metros de altura.

Caretas de Triunfo

A folia de Carnaval da cidade de Triunfo, distante 411 km da capital pernambucana, no Sertão do Pajeú, fica por conta dos caretas, personagens que surgiram, entre outras histórias, do folguedo do reisado. Um dos personagens desta brincadeira, o Mateus, teria sido expulso por beber demais e decidido ir para as ruas brincar mascarado.


Inicialmente, quando ainda era chamado de “correio”, os caretas eram compostos apenas por homens, mas, ao longo das nove décadas de existência, as mulheres foram conquistando seu espaço na brincadeira. Além do uso da máscara, os caretas também utilizam o chicote e roupas da cabeça aos pés, com fitas de cetim e flores nos chapéus. Mesmo sabendo que se trata de uma tradição carnavalesca, algumas pessoas ainda se assustam com o movimento dos mascarados entre as ladeiras da cidade, que chicoteiam o chão como para se preparar para um duelo.

Burrinha do Carnaval

O auto natalino do bumba meu boi aderiu à alegria do Carnaval pernambucano e, durante os quatro dias de Momo, se transforma no Boi do Carnaval. Para acompanhar o ritmo carnavalesco, novas coreografias surgem, saindo às ruas até com mais de 50 figuras. Bois, burras, Catarina, Sebastião, Babau fazem a alegria dos foliões, na capital e em outras cidades do estado, sempre acompanhados por uma orquestra com surdo, tarol, gaitas e bombo, entre outros.